Fonoaudiologia & Linguagem - Fga. Elza de Franco
Fonoaudiologia, Linguagem, Processamento Auditivo Central
“Qualquer coisa que façamos, é necessário ter em mente que, quando testamos e tratamos uma criança pequena, nós também estamos lidando com os pais, seus sonhos por seu filho e, mais além, o que fazemos tem um impacto que transcende tempo e lugar. São as crianças e suas famílias que precisam viver com as conseqüências de nossas ações precoces”.
(Ross Mark, 1992)
Esse Blog é bem recente e estará crescendo aos poucos. Estarei postando alguns tópicos relacionados a fonoaudiologia, suas patologias, tratamentos, materiais, entre outros.
Espero que seja útil tanto para fonoaudiólogos, estudantes e pacientes. E também aceito sugestões de temas em Fonoaudiologia que gostariam de saber mais! Um abraço!
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
TERAPIA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
O Fonoaudiólogo (audiologista ou
terapeuta da área da linguagem) é o
profissional responsável pela terapia do Processamento Auditivo Central.
A terapia do Processamento Auditivo
Central é realizada de forma individualizada, de acordo com os resultados apresentados
ao exame e de acordo com as habilidades auditivas prejudicadas e consiste na
estimulação intensa dessas habilidades,
tendo como base a plasticidade e maturação do Sistema Nervoso Central.
O Fonoaudiólogo deverá inicialmente
hierarquizar as habilidades auditivas de acordo com o padrão
do desenvolvimento auditivo normal, ou seja: detecção, sensação, discriminação,
localização, reconhecimento, compreensão e memória. Devendo trabalhar dentro de
cada etapa:
-
Detecção:
atenção auditiva a um som ou silêncio (atenção focalizada).
-
Sensação
/ Discriminação: características acústicas do som (espectro,
amplitude e tempo); detecção de diferenças entre padrões de estímulos sonoros,
fazendo com que o sistema auditivo seja capaz de responder às diferenças entre
os diferentes sons; análise e síntese auditivas; fechamento auditivo;
consciência fonológica; prosódia.
- Localização:
discriminação da direção da fonte sonora e interação binaural.
-
Reconhecimento:
discriminação e reconhecimento de padrões sonoros (freqüência, intensidade e
duração).
-
Compreensão:
reconhecimento e compreensão de sons na presença de ruído ou mensagem
competitiva (atenção seletiva - prestar atenção em um estímulo na presença de
outros competitivos; figura-fundo - identificar uma mensagem primária, na
presença de sons competitivos).
-
Integração:
integração de informações auditivas com outros canais sensoriais, bem como
integração inter-hemisférica (por exemplo, associação auditivo-visual -
associação som-símbolo). São trabalhadas também habilidades como integração /
separação binaural.
-
Memória:
além da habilidade de estocar e recuperar estímulos envolve a habilidade para
lembrar a duração ou o número de estímulos auditivos e a memória sequencial
(discriminação de sons / padrões sonoros em sequência - ordenação temporal).
A atenção (focalizada e seletiva) e a memória permeiam
todas as outras habilidades auditivas e, portanto, devem ser constantemente
trabalhadas, paralelamente às outras habilidades auditivas.
A complexidade
das tarefas deve ser respeitada, ou seja, iniciar com atividades menos
complexas e, à medida que os acertos forem se tornando mais consistentes, as
atividades devem se tornar mais difíceis, obedecendo o percentual de acertos
fixados. Pode-se ainda manipular a complexidade das tarefas por meio da
introdução de sons competitivos (fala, música ou ruído) durante a execução de
uma determinada atividade, o que torna a tarefa mais difícil. O nível de
apresentação dos sons competitivos também pode ser manipulado, facilitando ou dificultando
as atividades.
O principal objetivo da intervenção
é o de melhorar as habilidades
auditivas e a compreensão da linguagem falada.
O Treinamento auditivo deve possuir
quatro etapas interligadas:
-
Estimulação das habilidades auditivas
alteradas
- Fornecimento de estratégias de compensação;
-
Orientações a pais e educadores;
- Melhora do ambiente acústico.
De acordo com a categorizarão de
classificação do distúrbio do processamento auditivo a terapia será
específica:
Decodificação: deverá enfatizar o treino das
habilidades auditivas de consciência fonológica (análise e síntese)
associada à leitura e o treino dos aspectos de discriminação de
freqüência, intensidade e duração de sons não- lingüísticos e de sons
verbais.
Codificação: deverá enfatizar o treino da
compreensão de linguagem na presença de sons competitivos (figura-fundo) e o
treino de cada ouvido separadamente. Pode-se pensar na utilização de tampão
auricular como estratégia terapêutica.
Organização: treinar predominantemente memória para
sons verbais e não- verbais em seqüência.
É fundamental para o sucesso da
terapia que as situações propostas:
- - aumentem a consciência
fonológica.
- - desenvolvam a
habilidade do ritmo.
- - aumentem a capacidade
de compreender em situações de escuta difícil.
- - aumentem a capacidade de memorizar
informações auditivas.
- - desenvolvam a
capacidade de síntese para que haja coordenação entre as habilidades
auditivas e outras modalidades sensoriais.
- - minimizem os impactos
do distúrbio do processamento auditivo na comunicação, aprendizado e
funções sociais.
A família e a escola devem ser
orientadas no sentido de que implementem estratégias para
melhorar a comunicação, e para que haja melhora do ambiente acústico e
um treinamento auditivo diário.
A Terapia pode ser realizada de duas maneiras
Treinamento
Auditivo Formal
No Treinamento Formal um
equipamento eletroacústico e/ou programas de computadores são utilizados. O treino realizado em cabina é
controlado acusticamente, o que oferece uma estimulação auditiva mais intensa.
Geralmente indicado para os casos de
Desordens de Processamento Auditivo Central de grau moderado à severo, e
para crianças a partir dos 9 anos.
Uma das vantagens do treino em
cabina é de que o estimulo acústico, tanto da mensagem como da competição, pode
ser controlado quanto ao modo de apresentação (monótico ou dicótico), o tipo de
estímulo auditivo (verbal ou não verbal) e a intensidade (relação
sinal/ruído).
A estimulação pode ser maior numa
orelha do que na outra em casos de assimetria no desempenho auditivo.
Todo o treino seguirá uma
hierarquia de complexidade, iniciando com a facilitação das respostas dos
testes para situações mais difíceis como, por exemplo, o aumento do ruído de
fundo.
Nesse tipo de treino são realizadas
entre 8 a 12 sessões seguidas da reavaliação do PAC.
Treinamento
Auditivo Informal
O treinamento informal pode ser
realizado tanto pelo fonoaudiólogo em clínica, quanto em casa com os pais ou
na escola com os professores, sob orientação, em virtude da não
disponibilidade de equipamentos sofisticados.
É desenvolvido com tarefas baseadas
em linguagem, empregando estímulos verbais, enfatizando o uso do contexto
lingüístico para beneficiar a função auditiva.
Este tipo de treinamento tem
potencial mais abrangente no seu impacto, devido ao tipo de técnicas que
melhoram, não só as habilidades de linguagem, mas também as auditivas,
favorecendo a generalização das habilidades.
quarta-feira, 12 de março de 2014
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
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