QUANTO A REALIZAÇÃO DAS AVALIAÇÕES
PROVAS ESCRITAS
- Formular as questões de modo claro
e objetivo, com ênfase no uso do raciocínio e não da simples memorização;
- Evitar utilizar somente textos na
prova. Utilize figuras, fotos, ícones ou imagens, tomando cuidado para que
haja exata correspondência entre o texto escrito e a imagem; evitando
ainda o uso de letras com “fontes” diferentes;
- Ofereça sempre uma prova “limpa”,
sem rasuras ou sinais que possam confundi-lo;
- Permitir consultas para sustentar a
elaboração do raciocínio e não para que ocorra cópia da resposta;
- Diferenciar os erros de ortografia
e pontuação de erros de entendimento ou compreensão;
- Facilitar a decodificação do texto
para que o aluno tenha acesso ao significado, ajudando-o na leitura das
questões;
- Não indicar livros para leitura
paralelas. Em vez disso indique que assista um filme ou documentário; ou
visite um museu, uma empresa, etc.
- Ao empregar questões com propostas
“falso-verdadeiro” construa um bom número de afirmações verdadeiras e em
seguida reescreva a metade, tornando-as falsas; construa as informações
com clareza e, aproximadamente com a mesma extensão, incluindo somente uma
ideia em cada afirmação;
“O aluno disléxico tem dificuldade para atender o que lê; para decodificar o texto; tende a ler e a interpretar o que ouve de maneira literal”.
- Elabore enunciados com textos
curtos, com linguagem objetiva e direta, evitando uso de duplo sentido; e
trate de um só assunto em cada questão;
- Se for indispensável à utilização
de um determinado texto, subdivida o original em partes (não mais do que
cinco ou seis linhas cada uma), ou seja, divida um “grande” texto, do qual
decorre uma “grande” questão, em “pequenos” textos acompanhados de suas
respectivas questões;
- Leia a prova com calma, em voz alta
e, antes de iniciá-la, verifique se os alunos entenderam o que foi
perguntado, se compreenderam o que deve ser feito (O que? Como?);
“O disléxico tem dificuldade com a memória visual e/ou auditiva, o que lhe dificulta ou lhe impede de automatizar a leitura e a escrita”.
- Não elabore avaliações que
privilegiem a memorização de nomes, datas, fórmulas, regras gramaticais,
definições, etc. Quando tais informações forem importantes, forneça-as ao
aluno (verbalmente ou por escrito) para que ele possa servir-se delas e
empregá-las no seu raciocínio ou na resolução do problema;
- Permita-lhe que utilize a tabuada,
calculadora, gravador, anotações, dicionários e outros registros durante
as avaliações;
- Elabore questões em que o aluno
possa demonstrar o que aprendeu completando, destacado, identificado,
relacionado informações ali contidas;
“O aluno disléxico ou
com outras dificuldades de aprendizagem tende a ser mais lento na realização de
suas atividades”.
- Respeite o seu ritmo, caso o aluno
não consiga concluir a prova no tempo estipulado, permita que o faça na
aula seguinte ou em outro lugar (sala de orientação pedagógica, sala da
orientação educacional, biblioteca);
- Utilize avaliações com menos conteúdo
para que o aluno possa realizá-las num menor tempo e não espere acumular
conteúdo para começar a aplicar as avaliações, pelo contrário, siga
avaliando-o aos poucos, evitando o acumulo de conteúdos a serem estudados;
- Se a avaliação do aluno for idêntica
à dos colegas leia as questões você mesmo em voz alta e certifique-se de
que ele compreendeu;
- Oriente-o mais uma vez “durante” a
realização da prova para que ele compreenda o que esta sendo pedido e
possa responder da melhor maneira possível;
- Ao corrigir a prova do aluno adapte
os critérios de correção para a sua realidade, valorizando não só o que
está explicito como também o implícito;
- Não faça anotações na folha da
prova (sobretudo juízos de valor) e não registre a nota sem antes retomar
a prova com ele e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que
escreveu, isso é muito importante;
- Caso perceba muitos erros pesquise
sua natureza: Não entendeu o que leu e por isso não respondeu corretamente
ao solicitado? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o conceito ou a fórmula?
Aplicou o conceito, mas desenvolveu o raciocínio de maneira errada? Em
outras palavras: Em que errou e por que errou?
- Somente aplique uma prova que o aluno
tenha condições de revelar seu aproveitamento através dela. Caso
contrario, por que aplicá-la? Para ressaltar – mas uma vez – a sua
incapacidade?
- Sempre que necessário, preparar a
avaliação considerando as características e dificuldades individuais do
aluno;
- Lembrar que a avaliação deve
incidir sobre o conteúdo, a compreensão, e não sobre os erros de escrita
ou tempo gasto para as respostas;
- A avaliação deve ser vista como
oportunidade para o aluno refletir ou re-elaborar os temas apresentados ou
estudados;
- As respostas, certas e erradas,
servem não somente para avaliar o aluno, mas também o próprio ensino e
devem ser exploradas no sentido de orientar o uso de novas estratégias
para aprofundar a compreensão sobre os temas avaliados.
PROVAS ORAIS
- Dê
preferência a avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o
aluno tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre os assuntos em
questão;
- Formule
questões com clareza, buscando verificar como o aluno argumenta ou
raciocina para elaborar a resposta.
- Use
linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos alunos disléxicos
ou com dificuldades de aprendizagem têm dificuldade para compreender uma
linguagem (muito) simbólica, sofisticada, metafórica. Seja simples,
utilize frases curtas e concisas ao passar instruções.
- Consultas
também podem ser permitidas.
TRABALHOS E OUTRAS ATIVIDADES PRÁTICAS
- Incentivar
o uso da linguagem escrita e de outras formas possíveis de expressão, como
o emprego de figuras e gráficos.
- Valorizar
o empenho e o trabalho em si, sem desmerecê-lo por eventuais erros de
escrita.
- Crie melhores condições de interação com o aluno, colocando-o mais próximos da mesa do professor ou do local onde ele costuma ficar durante as aulas. Garanta proximidade física e contato visual sistemático. Isto cria uma sensação de inclusão, de fazer parte do grupo, de ter a atenção do professor;
- Valorize a participação, o interesse, a regularidade e a adequação às regras de disciplina;
- Crianças com dificuldades geralmente realizam as atividades de leitura e escrita mais lentamente. Isto significa mais tempo para escrever espontaneamente, copiar e ler. Muitas vezes pode ser inviável dar conta de copiar tudo o que foi colocado na lousa. Pensar alternativas, inclusive de fornecer o material já impresso para a criança, ou que, em determinadas atividades, ela possa realizar em conjunto com outras, de modo que sua limitação para copiar não se torne uma limitação para o aprender;
- Observe se ele está integrando com os colegas pois sua inaptidão para certas atividades (provas em dupla, trabalhos em grupo, etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões; procure evitar situações que evidenciem esse fato e contribua para a inserção do aluno disléxico no grupo-classe;
- Verifique com a criança se ela aceita fazer leitura em voz alta. Evitar situações que revelem, publicamente, as dificuldades. Fazer um trato com ela, no sentido de que possa sinalizar caso sinta-se confortável para realizar tais atividades;
- Propiciar o uso de recursos diversificados ou alternativos, como computadores e o emprego de gravador para compensar o que o aluno possa ter perdido via escrita;
- Ter ciência que dificuldades persistentes e duradouras não impedem que a criança aprenda;
- Usar linguagem direta, simples e clara, pois isso facilita a compreensão. Evitar explicações muito longas e detalhadas. Estas crianças, em geral, têm dificuldades para lidar com o volume grande de informações e que chegam muito rapidamente. Porém, se os conceitos forem apresentados com mais calma, retomados sistematicamente e, se for dado um tempo maior pra que elas possam processar as informações, aumentam as chances de aprendizagem;
- Nas explicações individuais, fale olhando diretamente para a criança. Dê um sorriso. Fale com calma, incentive. Aguarde a resposta do aluno, sem pressa. Dê-lhe tempo para elaborar a resposta. Ouça-o com atenção e procure colocar-se no lugar dele, procurando entender seu ponto de vista;
- Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma historia de frustrações, sofrimentos, humilhação e sentimentos de menos valia no ambiente escolar. Ajude-o a resgatar sua dignidade, a fortalecer seu ego e a (re) construir sua autoestima.