“Qualquer coisa que façamos, é necessário ter em mente que, quando testamos e tratamos uma criança pequena, nós também estamos lidando com os pais, seus sonhos por seu filho e, mais além, o que fazemos tem um impacto que transcende tempo e lugar. São as crianças e suas famílias que precisam viver com as conseqüências de nossas ações precoces”.

(Ross Mark, 1992)


Esse Blog é bem recente e estará crescendo aos poucos. Estarei postando alguns tópicos relacionados a fonoaudiologia, suas patologias, tratamentos, materiais, entre outros.
Espero que seja útil tanto para fonoaudiólogos, estudantes e pacientes. E também aceito sugestões de temas em Fonoaudiologia que gostariam de saber mais! Um abraço!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

DICAS PARA PROFESSORES NA AVALIAÇÃO DE ALUNOS DISLÉXICOS OU COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


QUANTO A REALIZAÇÃO DAS AVALIAÇÕES


PROVAS ESCRITAS

  • Formular as questões de modo claro e objetivo, com ênfase no uso do raciocínio e não da simples memorização;
  • Evitar utilizar somente textos na prova. Utilize figuras, fotos, ícones ou imagens, tomando cuidado para que haja exata correspondência entre o texto escrito e a imagem; evitando ainda o uso de letras com “fontes” diferentes;
  • Ofereça sempre uma prova “limpa”, sem rasuras ou sinais que possam confundi-lo;
  • Permitir consultas para sustentar a elaboração do raciocínio e não para que ocorra cópia da resposta;
  • Diferenciar os erros de ortografia e pontuação de erros de entendimento ou compreensão;
  • Facilitar a decodificação do texto para que o aluno tenha acesso ao significado, ajudando-o na leitura das questões;
  • Não indicar livros para leitura paralelas. Em vez disso indique que assista um filme ou documentário; ou visite um museu, uma empresa, etc.
  • Ao empregar questões com propostas “falso-verdadeiro” construa um bom número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade, tornando-as falsas; construa as informações com clareza e, aproximadamente com a mesma extensão, incluindo somente uma ideia em cada afirmação;


“O aluno disléxico tem dificuldade para atender o que lê; para decodificar o texto; tende a ler e a interpretar o que ouve de maneira literal”.


  • Elabore enunciados com textos curtos, com linguagem objetiva e direta, evitando uso de duplo sentido; e trate de um só assunto em cada questão;
  • Se for indispensável à utilização de um determinado texto, subdivida o original em partes (não mais do que cinco ou seis linhas cada uma), ou seja, divida um “grande” texto, do qual decorre uma “grande” questão, em “pequenos” textos acompanhados de suas respectivas questões;
  • Leia a prova com calma, em voz alta e, antes de iniciá-la, verifique se os alunos entenderam o que foi perguntado, se compreenderam o que deve ser feito (O que? Como?);


         “O disléxico tem dificuldade com a memória visual e/ou auditiva, o que lhe dificulta ou lhe impede de automatizar a leitura e a escrita”.


  • Não elabore avaliações que privilegiem a memorização de nomes, datas, fórmulas, regras gramaticais, definições, etc. Quando tais informações forem importantes, forneça-as ao aluno (verbalmente ou por escrito) para que ele possa servir-se delas e empregá-las no seu raciocínio ou na resolução do problema;
  • Permita-lhe que utilize a tabuada, calculadora, gravador, anotações, dicionários e outros registros durante as avaliações;
  • Elabore questões em que o aluno possa demonstrar o que aprendeu completando, destacado, identificado, relacionado informações ali contidas;


“O aluno disléxico ou com outras dificuldades de aprendizagem tende a ser mais lento na realização de suas atividades”.

  • Respeite o seu ritmo, caso o aluno não consiga concluir a prova no tempo estipulado, permita que o faça na aula seguinte ou em outro lugar (sala de orientação pedagógica, sala da orientação educacional, biblioteca);
  • Utilize avaliações com menos conteúdo para que o aluno possa realizá-las num menor tempo e não espere acumular conteúdo para começar a aplicar as avaliações, pelo contrário, siga avaliando-o aos poucos, evitando o acumulo de conteúdos a serem estudados;
  • Se a avaliação do aluno for idêntica à dos colegas leia as questões você mesmo em voz alta e certifique-se de que ele compreendeu;
  • Oriente-o mais uma vez “durante” a realização da prova para que ele compreenda o que esta sendo pedido e possa responder da melhor maneira possível;
  • Ao corrigir a prova do aluno adapte os critérios de correção para a sua realidade, valorizando não só o que está explicito como também o implícito;
  • Não faça anotações na folha da prova (sobretudo juízos de valor) e não registre a nota sem antes retomar a prova com ele e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que escreveu, isso é muito importante;
  • Caso perceba muitos erros pesquise sua natureza: Não entendeu o que leu e por isso não respondeu corretamente ao solicitado? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o conceito ou a fórmula? Aplicou o conceito, mas desenvolveu o raciocínio de maneira errada? Em outras palavras: Em que errou e por que errou?
  •  Somente aplique uma prova que o aluno tenha condições de revelar seu aproveitamento através dela. Caso contrario, por que aplicá-la? Para ressaltar – mas uma vez – a sua incapacidade?
  • Sempre que necessário, preparar a avaliação considerando as características e dificuldades individuais do aluno;
  • Lembrar que a avaliação deve incidir sobre o conteúdo, a compreensão, e não sobre os erros de escrita ou tempo gasto para as respostas;
  • A avaliação deve ser vista como oportunidade para o aluno refletir ou re-elaborar os temas apresentados ou estudados;
  • As respostas, certas e erradas, servem não somente para avaliar o aluno, mas também o próprio ensino e devem ser exploradas no sentido de orientar o uso de novas estratégias para aprofundar a compreensão sobre os temas avaliados.


PROVAS ORAIS

  • Dê preferência a avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o aluno tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre os assuntos em questão;
  • Formule questões com clareza, buscando verificar como o aluno argumenta ou raciocina para elaborar a resposta.
  • Use linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos alunos disléxicos ou com dificuldades de aprendizagem têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica, sofisticada, metafórica. Seja simples, utilize frases curtas e concisas ao passar instruções.
  • Consultas também podem ser permitidas.


TRABALHOS E OUTRAS ATIVIDADES PRÁTICAS

  • Incentivar o uso da linguagem escrita e de outras formas possíveis de expressão, como o emprego de figuras e gráficos.
  • Valorizar o empenho e o trabalho em si, sem desmerecê-lo por eventuais erros de escrita.


CONDUTAS EM SALA DE AULA




    • Crie melhores condições de interação com o aluno, colocando-o mais próximos da mesa do professor ou do local onde ele costuma ficar durante as aulas. Garanta proximidade física e contato visual sistemático. Isto cria uma sensação de inclusão, de fazer parte do grupo, de ter a atenção do professor;
    • Valorize a participação, o interesse, a regularidade e a adequação às regras de disciplina;
    • Crianças com dificuldades geralmente realizam as atividades de leitura e escrita mais lentamente. Isto significa mais tempo para escrever espontaneamente, copiar e ler. Muitas vezes pode ser inviável dar conta de copiar tudo o que foi colocado na lousa. Pensar alternativas, inclusive de fornecer o material já impresso para a criança, ou que, em determinadas atividades, ela possa realizar em conjunto com outras, de modo que sua limitação para copiar não se torne uma limitação para o aprender;
    • Observe se ele está integrando com os colegas pois sua inaptidão para certas atividades (provas em dupla, trabalhos em grupo, etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões; procure evitar situações que evidenciem esse fato e contribua para a inserção do aluno disléxico no grupo-classe;
    • Verifique com a criança se ela aceita fazer leitura em voz alta. Evitar situações que revelem, publicamente, as dificuldades. Fazer um trato com ela, no sentido de que possa sinalizar caso sinta-se confortável para realizar tais atividades;
    • Propiciar o uso de recursos diversificados ou alternativos, como computadores e o emprego de gravador para compensar o que o aluno possa ter perdido via escrita;
    • Ter ciência que dificuldades persistentes e duradouras não impedem que a criança aprenda;
    • Usar linguagem direta, simples e clara, pois isso facilita a compreensão. Evitar explicações muito longas e detalhadas. Estas crianças, em geral, têm dificuldades para lidar com o volume grande de informações e que chegam muito rapidamente. Porém, se os conceitos forem apresentados com mais calma, retomados sistematicamente e, se for dado um tempo maior pra que elas possam processar as informações, aumentam as chances de aprendizagem;
    • Nas explicações individuais, fale olhando diretamente para a criança. Dê um sorriso. Fale com calma, incentive. Aguarde a resposta do aluno, sem pressa. Dê-lhe tempo para elaborar a resposta. Ouça-o com atenção e procure colocar-se no lugar dele, procurando entender seu ponto de vista;
    • Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma historia de frustrações, sofrimentos, humilhação e sentimentos de menos valia no ambiente escolar. Ajude-o a resgatar sua dignidade, a fortalecer seu ego e a (re) construir sua autoestima.


O PROFESSOR E O TRABALHO COM ALUNOS DISLÉXICOS




 É importante que os professores tenham conhecimento sobre os distúrbios de aprendizagem, pois precisam saber identificar que uma criança pode ser disléxica para poderem tomar os devidos cuidados. Já li em alguns trabalhos que este professor deveria saber diagnosticar, o que é errôneo uma vez que não cabe a uma única pessoa o diagnóstico da Dislexia, ele é de exclusão e multiprofissional, e nele está envolvido o Fonoaudiólogo, o Neurologista, o Neuropsicólogo, o Psicopedagogo ou outro profissional que se fizer necessário.        


O professor deve sim, com seus conhecimentos encaminhar essa criança para uma avaliação especializada para que o diagnóstico possa ser realizado e, deve possuir os conhecimentos necessários acerca de como trabalhar de forma diferenciada com essa criança, para que suas dificuldades possam ser minimizadas no ambiente escolar, pois mesmo com um trabalho diferenciado ela nunca deixará de ser disléxica, mas poderá ter uma vida escolar quase “normal” podendo aprender a ler escrever como os demais, apesar das dificuldades que possui.       


O professor que tem conhecimento sobre os distúrbios de aprendizagem na infância não corre o risco de achar que uma criança é preguiçosa, relapsa e sem vontade de aprender, pelo contrário, toma essa dificuldade como um desafio no seu trabalho e procura propiciar para o aluno o que este necessita e busca através da motivação diária, atender as necessidade que o mesmo apresenta.Para se trabalhar com crianças disléxicas é necessário conhecimento e paciência e se deve entender que essas crianças não aprendem pelo método tradicional pois apresentam dificuldades em internalizar o todo. O trabalho deve estra voltado principalmente para a compreensão gradativa da leitura.


        É importante que os pais estejam envolvidos junto com a escola para promover a aprendizagem da criança e ajuda-la com relação a autoestima e sensação de incapacidade de aprender a ler e escrever de forma correta; apoiando-a em seus esforços e respeitando seu ritmo que em geral é bem mais lento. É importante ainda que a criança tenha conhecimento de que sua dificuldade tem nome: “Dislexia”, para que possa entender suas reais dificuldades.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

SINAIS DE DISLEXIA A PARTIR DA IDADE DE INICIAÇÃO ESCOLAR – 6 ANOS



1- Enorme lentidão ao fazer seus deveres:
2- Ao contrario, seus deveres podem ser feitos rapidamente e muitos erros;
3- Cópia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4- A fluência em leitura é inadequada para idade;
5- Inverna, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever,
6- Só faz leitura silenciosa;
7- Ao contrario, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8- Sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
9- silabas;
10- Esquecer aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11- É mais, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe a través de exame;
12- Ao contrario, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13- Tem grande imaginação e criatividade;
14- Desliga-se facilmente, entretanto “no mundo da lua”;
15- Tem dor de barriga na hora de ir para escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16- Porque se liga em tudo não consegue concentrar a atenção em um só estimulo;
17- Baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para escola;
18- Esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19- Perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20- Tem mudanças bruscas de humor;
21- É impulsivo e interrompe os demais para falar;
22- Não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ela falar;
23- É muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24- Têm dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25- Embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola.
26- Confunde direito-esquerda, em cima em baixo; na frente-atrás;
27- É comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28- Dificuldade para ler as horas, para seqüências como o dia, mês e estação do ano;
29- Dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30- Depende do uso dos dedos para calcular;
31- Sabe contar, mas tem dificuldade em contar objetos e lidar com dinheiro;
32- É capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33- Embora resolva cálculos algébricos mentalmente, não elabora cálculos aritméticos;
34- Tem excelente memória de longo prazo, experiências, filmes, lugares e faces;
35- Boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36- Pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37- Pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38- São extremamente desordenados, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39- Não tem atraso e dificuldade suficiente para que seja percebido e ajudado na escola;
40- Pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como “palhaço”.
41- Frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42- Tem pré-disposição às alergias e às doenças infecciosas;
43- Tolerância muito alta e muito baixa à dor;
44- Forte senso de justiça;
45- Muito sensível e emocional, busca a perfeição que lhe é difícil atingir;
46- Dificuldade para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão do sapato;
47- Manter o equilíbrio e exercícios físicos é extremante difícil para muitos disléxicos;
48- Com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
49- Sua escrita pode ser extremante lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço da pagina;
50- Cerca de 80% dos disléxicos tem dificuldade em soletração e em leitura.

“Mesmo com todas as dificuldades que a dislexia pode trazer para a vida escolar de uma criança, é possível contornar o problema. O mais importante é que os pais e, principalmente, professores estejam sempre atentos. O grau da dislexia varia muito e os sinais costumam ser inconstante, porém, tentamos identificar a grande maioria dos sinais, procurando possibilitar o reconhecimento de um aluno disléxico para que possamos minimizar suas dificuldades”.


SINAIS DE DISLEXIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA



1- Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar.
2- Atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio à pronúncia de palavras.
3- Parece difícil para essa criança entender o que esta ouvindo;
4- Distúrbio do sono;
5-   Enurese noturna;
6-   Suscetibilidade às alergias e ás infecções;
7-   Tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8-  Chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9-   Dificuldade para aprender a andar de triciclo;
10-Dificuldade de adaptação nos primeiros anos escolares;

O sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando se identifica uma associação com outros casos familiares de dificuldade de aprendizado, ou seja, quando a dislexia é comprovadamente, genética, alguns especialistas afirmam que podemos avaliar estas crianças  já a partir dos cinco anos e meio, que seria a idade ideal para o inicio de um programa remediativo precoce, que poderia trazer as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.
A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorre da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras. Logo, a dificuldade fonológica que a criança apresenta não se refere a identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferencias de que a palavra é composta. Esta é a razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que leva a tornar-se, até extremamente difícil sua soletração de silabas e palavras. Crianças disléxicas têm tendência em ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.


Dislexia - O que é


“Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Essas dificuldades na decodificação de palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem com frequência, incluídos aí os problemas de leitura, aquisição e capacidade de escrever e soletrar” (International Dislexia Association).

O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, apresenta grande dificuldade de assimilar o que é ensinado pelo professor. O ideal é que a criança seja avaliada o mais precocemente possível para averiguar se ela é disléxica uma vez que a dislexia não é o único distúrbio que dificulta ou inibe o aprendizado, mas é o mais comum.
São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande frequência mas esse indicativo não é totalmente confiável, uma vez que muitas crianças, inclusive não-disléxicas, podem confundir as letras do alfabeto e até mesmo escrevê-las ao contrário.
No jardim de infância crianças disléxicas podem apresentar dificuldades  ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas, e na primeira série tem dificuldades em ler palavras curtas e simples, em identificar fonemas e, frequentemente reclamam que ler é uma tarefa muito difícil.
Da segunda à quinta série, essas crianças têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e em memorizar palavras; confundindo palavras com muita frequência. 



O medo real que eu tenho não é que as pessoas disléxicas tenham de se esforçar para entender toda aquela profusão de letras ou que não consigam soletrar, mas que desistam de si próprias antes de sair da escola (Shaywitz, S. –Entendendo a Dislexia)

terça-feira, 6 de novembro de 2012


DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL - ORIENTAÇÕES PARA PROFESSORES

Muitas vezes os professores não sabem como lidar com as dificuldades enfrentadas por alunos com DPAC, ou como avaliá-los. Seguem algumas condutas que podem ajudar:




  • Sentar o aluno, preferencialmente, distante das portas, janelas e paredes e o mais próximo possível do professor;
  • Evitar dar explicações de costas para o aluno;
  • Falar o mais próximo possível do aluno; usando fala bem articulada, com tom de voz claro; utilizando contato visual;
  • Chamar o aluno pelo nome caso perceba falta de atenção (mas sempre evitando situações constrangedoras que possam expor suas dificuldades), ou tocá-lo a fim de chamar sua atenção;
  • Evitar falar nos momentos em que o ruído em sala de aula for muito elevado;
  • Repetir a mensagem quantas vezes se fizerem necessário caso perceba que seu aluno não entendeu, solicitando que o mesmo a repita;
  • Introduzir o assunto que será abordado em aula, apresentando um tópico;
  • Utilizar palavras chaves como: primeiro, por ultimo, antes, depois,...isso ajudará o aluno a organizar a seqüência lógica dos acontecimentos;
  • Procurar dividir as explicações em partes menores, colocando se possível uma idéia por vez, caso o tema ministrado em sala mostre-se extenso demais;
  • Permitir que a criança faça uso de apoio articulatório (leitura oral ) durante os testes e avaliações (em volume baixo para não prejudicar os outros alunos). Com o feed-back auditivo, a sua concentração e atenção serão melhores;
  • Aumentar o tempo de realizações das provas caso perceba que o aluno não consegue terminar em tempo hábil ou dividir o teste em duas etapas; se necessário oriente-o de forma individual e tenha certeza de que o mesmo compreendeu o comando das questões do teste, fazendo a leitura para o aluno;
  • Caso as dificuldades de leitura, de interpretação e ortográficas prejudiquem a resposta do aluno nos testes realize as perguntas para que o mesmo responda de forma oral; dessa forma poderá confirmar se houve aquisição do conhecimento;
  • Caso perceba que o aluno está cansado durante a realização das tarefas escolares, faça intervalos mais freqüentes, pois insistir no ensino de uma criança cansada implica na frustração do professor e do aluno;
  • Leia sobre o tema “Processamento Auditivo” e sobre as principais dificuldades enfrentadas por seu aluno.